Os marcianos somos nós

quinta-feira, 18 de julho de 2013
Marte, por sua coloração avermelhada, sempre atraiu a atenção humana para si e carrega a trágica honra de ter o nome romano do deus grego da guerra.

De todos os planetas do Sistema Solar, Marte é o mais “aprazível” para os humanos, e, no entanto, sempre foi injustiçado com as invasões de seus habitantes, surpreendentemente verdes!
Os antigos gregos deram os nomes aos planetas que conheciam e nós os utilizamos até hoje. Até mesmo a palavra planeta tem origem grega e significa “viajante”, isso porque os planetas deslocam-se e as estrelas parecem fixas, para um observador terrestre.
Vênus, que recebeu o nome da deusa do amor, é, na verdade, o verdadeiro inferno do Sistema Solar. Sua temperatura de 400 oC é suficiente para derreter o chumbo! A chuva que cai naquele planeta é de... ácido sulfúrico. Seu enorme brilho e beleza levaram ao planeta o amor e a Marte – local mais hospitaleiro do sistema – o sangue derramado pelo deus da guerra.
Seus dois satélites, Phobos e Deimos, têm os nomes dos filhos de Marte: Medo e Terror.
A cor avermelhada de Marte é uma conseqüência curiosa da origem do próprio planeta. Durante sua formação o ferro existente em Marte não ficou em seu núcleo, como aconteceu com a Terra. Em contato com uma possível água ancestral e com o oxigênio de sua atmosfera, o ferro formou óxido de ferro.
Marte é o único planeta conhecido que é enferrujado!
Nossa busca por vida no espaço vem de longa data. Há muito buscamos companhia no sistema solar ou em outras estrelas. Será que o homem está sozinho no Universo?
Nossa galáxia, a Via Lactea, possui cerca de 200 bilhões de estrelas. Sabemos que existem cerca de 200 bilhões de galáxias no Universo. Uma conta bastante simples informa que o Homem reconhece a existência de 40 quatrilhões de estrelas no Universo. Se apenas 10% delas tiverem planetas parecidos com as condições terrestres, para abrigar formas de vida com biologia semelhante à terrestre, teremos 4 quatrilhões de estrelas. Se quisermos ser mais pessimistas e pensarmos que apenas 1% possui as condições necessárias, ainda teríamos um número extremamente grande: 400 trilhões de estrelas! Será que somos os únicos?
Certamente não devemos ser. Algum lugar da Galáxia – alguns lugares do Universo – deve abrigar formas de vida até mesmo inteligentes.
A grande questão não é a existência ou não de vida fora da Terra, uma vez que, pelo menos estatisticamente, parece óbvio que ela existe. O grande problema é como os Homens irão comunicar-se com elas.
A física da Relatividade, proposta por Albert Einstein em 1905, nos ensina que nada pode ultrapassar a velocidade da luz, que é de 300 mil quilômetros por segundo. Essa velocidade é extremamente alta se pensarmos em termos de distâncias terrestres, até mesmo dentro do Sistema Solar. Mas, se formos para as distâncias estelares, o panorama modifica-se de forma surpreendente.
A estrela mais próxima da Terra é Alfa do Centauro, a mais brilhante da constelação do Centauro. Sua distância até nós é de 4,2 anos-luz, ou 397.342.192.800.000 quilômetros!
As distâncias interestelares são gigantescas. Uma vez que é impossível viajar com velocidades maiores do que a da luz, torna-se inviável pensar em deslocar-nos para visitar uma estrela, no presente ou no futuro.
Essa limitação não é de nossa tecnologia, mas uma limitação cosmológica, o que impede que qualquer extraterretre também viaje com velocidades superiores a da luz. Estamos presos em nosso Sistema Solar e somente por meio de ondas de rádio poderemos entrar em contato com seres de outros planetas. Por isso os homens soltam a sua imaginação e, uma vez que não podem viajar com seus corpos, viajam com a sua mente, usando naves como a Interprise.
O “telefone” que os homens usarão para entrar em contato com os seres de outros planetas, é o Radiotelescópio, instrumento que capta as ondas de rádio que viajam pelo espaço.


 Da mesma forma, podemos imaginar que, se existem seres em outras estrelas, eles devem estar tentando saber se existem seres em outros lugares e devem estar tentando “ouvir” o espaço interestelar para saber de nossa existência.
No Brasil, a televisão iniciou em 1950, o que significa que as imagens que escaparam para o espaço naquela época estão viajando há 60 anos. Portanto, podem ter sido captadas por seres que habitem planetas de uma estrela que fica dentro de uma esfera de 60 anos-luz de raio. Deveríamos ter mais cuidado com o que enviamos ao espaço, posto que se algumas imagens de nossa TV forem captadas por extraterrestres, certamente eles irão desistir de entrar em contato conosco!
De qualquer forma não devemos perder nosso sono preocupados com ataques extraterrestres. Certamente não corremos o risco de que uma nave de ataque desperte-nos em uma manhã, mesmo que seja no dia da independência.
A única possibilidade que tínhamos de poder ter contato com formas de vida alienígenas seria se elas existissem em planetas de nosso Sistema Solar.
O Homem já visitou todos os planetas, com a exceção do ex-planeta Plutão, e também os satélites mais importantes e não encontrou nenhuma evidência de vida macroscópica. Em 1974, a NASA pousou duas naves Vicking em solo marciano para iniciar suas pesquisas de vida naquele planeta e, assim, há 36 anos tornamo-nos marcianos...
No dia 4 de julho de 1997, ocorreu o pouso de outra missão norte-americana em solo marciano. A Mars Pathfinder Mission (Missão “desbravadora” a Marte).
Após uma viagem de sete meses, iniciada no dia 4 de dezembro de 1996 e atravessando 497 milhões de quilômetros, a nave pousou em solo marciano no dia da independência dos Estados Unidos da América, com um custo de 196 milhões de dólares.
O módulo de pouso, com 360 kg de massa, que serve de base para as missões do pequeno robô que executa as pesquisas, foi rebatizado de Carl Sagan, em homenagem ao astrônomo que era uma das maiores autoridades sobre o planeta Marte.
O robô Sojourner custou cerca de 25 milhões de dólares, tem a massa de 11,5 kg, mede 65 cm de comprimento por 48 cm de largura e tem 30 cm de altura, possui uma plataforma que é um coletor de luz solar que gera energia para manter suas atividades.


O pouso ocorreu em Ares Vallis, localizado nas coordenadas de 19,33o Norte e 33,55o Oeste. Essas coordenadas correspondem, na Terra, a um pouso em pleno oceano Atlântico, bem próximo ao Paralelo que passa pela cidade do México.
Marte apresenta um panorama desértico, com um céu rosado, devido a fortes tempestades que levantam uma poeira avermelhada que fica em suspensão no ar. Existem muitas pedras espalhadas, o que levou a NASA a dotar o robozinho de um sistema formado por três emissores de laser, que buscam dar segurança a seu deslocamento. Os feixes laser servem para identificar obstáculos que devem ser contornados, impedindo, assim, trombadas interplanetárias.
Ainda falta muita estrada para chegarmos a Marte e possamos estabelecer uma base por lá. É quase certo que um dia o faremos – os “marcianos” que estiverem vivos verão...

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